quarta-feira, 29 de março de 2017

COMUNICADO IMPORTANTE:


Venho através desta,
comunicar meus amigos, irmãos que, eu, Laércio Otone, me desliguei da rádio Cear e seus idealizadores.
Portanto, não mais apresentarei os programas na mesma. Assim que possível, retornarei com os programas Bíblia em Pauta e Última Trombeta em outra emissora.
Sem mais,
Laércio Otone

quinta-feira, 23 de março de 2017

ELE FOI MOÍDO



No getsêmani o Senhor Jesus foi moído conforme a profecia de Isaías:
 Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Isaías 53:5

Getsêmani (ghethsemane) significa literalmente “prensa de azeite”. Era no monte das oliveiras que o Senhor Jesus se retirava a cada noite, para orar e descansar, após as cansativas lidas do dia. E, foi também no jardim do Getsêmani  que a roda da humilhação, da derrota, e, eventualmente, da morte, haveria de esmigalhar o Senhor Jesus a ponto dEle passar ali Sua mais intensa agonia pessoal.  O tormento emocional é muitas vezes mais difícil se suportar do que o tormento físico. No Getsêmani, o lugar da prensa, a agonia mental de Jesus foi tamanha que Jesus rogou ao Pai celeste que a aliviasse. Mas somente se isso estivesse de acordo com a vontade do Pai.

Se um imitador do Cristo da cruz, pode nos possibilitar muitas aflições, mas nada, absolutamente nada, é comparável com a glória que em nós há de se revelar (Romanos 8.18, 2 Co 4.17).

No Amor de Cristo,

Laércio Otone 

domingo, 19 de março de 2017

DEPRESSÃO: EXISTE NA BÍBLIA?


No livro de Jó no capítulo três encontramos Jó amaldiçoando seu nascimento, obviamente um caso bíblico de depressão.
Jó se lamenta. Ele rompe o silêncio com uma lamentação fortemente emocional. Ele expressa o mesmo tipo de depressão que tomou conta do Hemã o ezraita no Salmo 88, e também do profeta Jeremias (Jr 20.14-15), cujos amargos lamentos, reproduzem os de Jó.  Jó chegou a um estado tão insuportável que amaldiçoou o dia em que nasceu.  
Sabemos bem sobre Jó e sobre Jeremias, mas quem seria Hemã o ezraita?
Segundo as Escrituras: O salmista HEMÃ era filho de Joel e neto do profeta Samuel, da família dos Coatitas. Ele foi cantor e cimbaleiro levita durante o reinado de Davi, e posteriormente de Salomão (I Crônicas 6.33; 15.17-19; II Crônicas 5.11,12). Foi pai de 14 filhos e três filhas, e liderava a sua família no canto na Casa do Senhor (Templo Sagrado). Tanto ele quanto Asafe e Etã Jedutum estavam sob o comando direto do rei Davi, "o rei poeta"- (I Crônicas 25.1-6). Hemã compôs o Salmo 88, que tem 18 versículos. Ele também era conhecido como Hemã, "o ezraíta". Em hebraico, o termo “ezraíta” tem o significado de: “NATIVO”.
O Salmo 88 talvez seja a mais sombria de todas as lamentações do Saltério. O clamor angustiante do salmista pode ser ouvido do começo ao fim, uma vez que a sua dor o acompanha desde a juventude (v15) até o momento. Grande parte das lamentações transforma - se em confiança e louvor no final, mas esse não é o caso aqui. O único raio de esperança que emana desse salmo é o fato de que o salmista orava e de que ele se referia a Deus como “minha salvação” (v1).  Os cristãos não estão isentos dos sofrimentos deste mundo. Na verdade, a vida do cristão muitas vezes inclui aflição e dor.  Nossa esperança não está em escaparmos do sofrimento, mas no significado que inunda o nosso sofrimento por causa da angústia experimentada pelo nosso Senhor Jesus Cristo.    

Alguns dos fatores que causam a depressão nas pessoas são: tristeza, angústia e desesperança. Isso ocorre no meio cristão, quando o que motiva a pessoa na busca pelo conhecimento do Evangelho do Senhor Jesus Cristo; é o medo de passar pelo sofrimento, dor e tristeza — o cristianismo não é um lugar isolado que protege as pessoas dos males que surgem normalmente na vida das pessoas — todos nós, passamos por algum sofrimento, ou ainda passaremos. O cristianismo não oferece isenção em relação ao sofrimento — o cristianismo propõe esperança de vida eterna — fazendo com que os seguidores do Cristo da cruz, sejam pessoas transformadas que vivem como Cristo viveu.      O grande problema é evangelizar as pessoas oferecendo para elas a “teologia da glória” combatida fortemente por Martinho Lutero onde o mesmo enfatiza a teologia da cruz.   
Os teólogos da “glória”, afirma Lutero, acham que os caminhos de Deus são “claramente perceptíveis”. Assim, os amigos de Jó acreditavam que se tudo corre de vento em popa é porque estamos vivendo corretamente e Deus está feliz conosco. Mas se as coisas vão de mal é porque nosso viver não está correto, e Deus se afastou de nós. Eles achavam fácil discernir os propósitos e os planos de Deus. Todavia os sofrimentos de Jó eram bastante misteriosos, e os propósitos de Deus não foram revelados a Jó, e praticamente nenhum deles foi revelado aos leitores do livro.  Mas a agonia e o sofrimento de Jó resultaram nas mais profundas revelações da natureza de Deus na Bíblia e, de fato, na literatura em geral, além de na transformação do caráter de Jó.
Da mesma forma, os líderes religiosos da época de Jesus aguardavam um Messias gentil, fácil de ser compreendido e que derrotaria o poderio romano, levando Israel à independência política. Um Messias fraco, sofredor e crucificado não fazia sentido para eles. As pessoas que observavam Jesus morrendo na cruz não tinham ideia de que testemunhavam o maior ato de salvação da história. Será que as pessoas junto à cruz “percebiam claramente” os caminhos de Deus? Não, mesmo estando cara a cara com um milagre da graça. Elas enxergavam apenas escuridão e sofrimento, e as categorias da razão humana não acreditavam que Deus possa trabalhar em tais coisas e por meio delas. Assim, o povo mandou Jesus descer da cruz, zombando: “Ele salvou os outros e não consegue salvar a si mesmo” (Mt 27.42).
O que não perceberam foi que Ele podia salvar os outros unicamente porque não salvou a si mesmo.
Foi justamente por intermédio da fraqueza e do sofrimento que Deus nos salvou e revelou da maneira mais intensa possível, as infinitas profundezas de Sua graça e de Seu amor por nós. Porque, na verdade, na cruz estava a sabedoria infinita: em um único ato, a justa exigência da lei foi cumprida e o perdão dos infratores foi garantido. Naquele momento, o amor e a justiça de Deus foram totalmente satisfeitos.  Esse Messias viera para morrer de modo a pôr fim à morte. Somente pela fraqueza e pelo sofrimento o pecado poderia ser expiado — foi a única maneira de destruir o mal sem destruir a nós.

Para Lutero, o clamor de Jesus na cruz — “...Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mt 27.46) — é “a frase mais maravilhosa da Bíblia inteira”.


Laércio Otone

REFERÊNCIAS:
Bíblia de Estudo de Genebra 2° ed, pg 754

KELLER, Timothy – Caminhando com Deus em meio à dor e ao sofrimento – São Paulo: Vida Nova, 2016, pg 64, 66 

sexta-feira, 10 de março de 2017

QUANDO VOU COM MINHA MÃE AO HOSPITAL DO CÂNCER.


Não creio que Deus me leva ali para eu evangelizar. Creio que vou ali para aprender como é a realidade que muitos não querem enxergar e acabam culpando Deus e os outros.
Muitos me enviaram mensagens dizendo que Deus permite acontecer algumas coisas na nossa vida para “cobrar de nós” algumas atitudes cristãs. Não penso desta forma — se assim fosse, Deus (penso eu), me mataria — porque, dificilmente consigo fazer algo agradável ao meu Senhor. Continuo e continuarei crendo na bondade e na misericórdia de Deus. Creio, piamente, que todos nós passamos e passaremos por aflições (João 16.33). Não pense que por você estar passando por algum sofrimento, é Deus cobrando uma atitude de cristão de ti, ou por algum pecado que você cometeu. Deus não vai “cobrar isso” colocando enfermidades em nós, ou nos nossos filhos, ou em alguém da nossa família — não creio nesse deus, que quer que façamos algo para ele colocando enfermidades em nós.
Precisamos, sim, como cristãos, irmos à busca de alguém que esteja passando pelo sofrimento, para que, de alguma forma, possamos aliviar essas pessoas em meio às dores e aos sofrimentos com orações e uma palavra bíblica.
Quando levo minha mãe no hospital do câncer para os procedimentos de quimioterapia, sofro e sinto dores juntamente com ela e com os demais que passam por ali durante todos os dias. Fico triste juntamente com eles, choro com eles, sinto dores ali, fico no meio deles em silencio enquanto aguardo minha mãe ser atendida, fico ali, no meio dos pacientes que sentem fortes dores, pensando e refletindo na vida, pensando como posso fazer para melhorar e ser mais útil aos meus irmãos que tanto sofrem com enfermidades e com o atendimento precário na saúde aqui no Brasil.
Na última vez que eu estive lá uma profissional veio em minha direção segurando uma prancheta e vendo meu estado de dor e tristeza, perguntou-me se eu estava esperando para fazer a quimioterapia, isso confirmou meu sentimento de dor e empatia pelos doentes que por ali passaram. O que me deixa triste e preocupado, é que existe uma enorme carência de cristãos nesses lugares (lugares onde há dores e prantos) para simplesmente, fazer uma oração e uma palavra bíblica para o acalento da alma dos aflitos. Eu esperei o dia inteiro um cristão ir ali e não vi. Senti carência e vontade de ver um irmão em Cristo ali nos visitando nos abraçando, orando conosco, e não vi.
As Igrejas precisam pensar em visitar mais esses lugares.
Pensemos mais na Obra do Mestre e deixemos as festas indo em direção ao Tanque de Betesda. Ali há doentes e feridos precisando de ajuda.
Aprendam uma coisa, se você ficar doente, não é Deus colocando enfermidades em ti. Talvez por não se cuidar, ou não fazer os exames periódicos, etc. É importante aprendermos a cuidar da nossa saúde para não culparmos Deus pelas enfermidades que podem nos afetar por conta do descuido.
 Jesus nos ensinou isso com seu jeito maravilhoso de viver.
Que Deus nos ajude.
No Amor de Cristo,
Laércio Otone