domingo, 28 de maio de 2017

DE OLHO NO TEXTO - A ORAÇÃO


No Evangelho de São Lucas, encontramos passagens riquíssimas em orientações de como devemos proceder, como cristãos autênticos. Uma dessas passagens está no capítulo 11 onde o Senhor começa nos ensinando a respeito da oração e sua importância.  
Vejamos:
Certo dia Jesus estava orando em determinado lugar. Tendo terminado, um dos seus discípulos lhe disse: "Senhor, ensina-nos a orar, como João ensinou aos discípulos dele".
Ele lhes disse: "Quando vocês orarem, digam: ‘Pai! Santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino.
Dá-nos cada dia o nosso pão cotidiano.
Perdoa-nos os nossos pecados, pois também perdoamos a todos os que nos devem. E não nos deixes cair em tentação’
Lucas 11:1-4
O Senhor Jesus nos ensina uma oração modelo e não para que façamos repetições nas nossas orações, mas sigamos esse exemplo. Mateus incluiu essa oração no sermão do monte em Mt 6.9-13.  Ele não pretendia, obviamente, que seus discípulos repetissem essa oração como papagaios. Antes, diversos pedidos nela contidos serviriam de guia para uma atitude e conteúdo corretos.    
Ao usar a palavra Pai, a mesma que aparece em Rm 8.15. É usada pelos hebreus de hoje dentro do círculo familiar, e implica em familiaridade baseada no amor. Deus é o Pai de todos que aceitam a Cristo conforme João 1.12: Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus,  
Santificado seja o teu nome. O primeiro pedido refere-se à honra de Deus e não as necessidades do suplicante. A santidade de Deus não dever ser conspurcada pela santidade daquele que ora.
Venha o teu reino.  O governo de Deus deve se tornar mundialmente conhecido. Jesus não mandaria que seus discípulos orassem pela vinda do Reino se já estivesse presente. Com frequência Jesus ensinou a respeito do Reino de Deus.
Seja feita a tua vontade.  (Não aparece na Almeida). A vontade de Deus está sendo feita no céu pelos anjos sem hesitação ou discordância. A oração pede o mesmo tipo de obediência da parte do orador.
O pão nosso cotidiano dá-nos de dia em dia. O grego é conciso e pitoresco: continua nos dando a nossa parte diariamente.
Perdoa-nos os nossos pecados. É um pedido e uma confissão. É um reconhecimento da necessidade, porque o homem é pecador; e um pedido da Graça divina.
A todos que nos deve.  O pecado é uma dívida que temos para com Deus e a qual o homem jamais poderá pagar. “Em quem (Cristo) temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas  , segundo as riquezas da sua graça” (Ef 1.7).
E não nos deixe cair em tentação. A tentação nem sempre significa solicitação do mal, pois Deus não tenta nesse sentido ( Tg 1.13). A oração é no sentido do crente ser poupado do teste que o forçaria a cometer o mal.

No Catecismo de Heidelberg (1563) por Zacarias Ursino e Gaspar Oleviano a partir do Domingo 45 temos um importante ensinamento sobre a oração:
116. Por que a oração e necessária aos cristãos?

R. Porque a oração é a parte principal da gratidão, que Deus requer de nós . Além disto, Deus quer conceder sua graça e seu Espírito Santo somente aos que continuamente Lhe pedem e agradecem, de todo o coração .

 Sl 50:14,15. (2) Mt 7:7,8; Lc 11:9,10; 1Ts 5:17,18.

117. Como devemos orar, para que a oração seja agradável a Deus e Ele nos ouça?

R. Primeiro: devemos invocar, de todo o coração, o único e verdadeiro Deus, que se revelou a nós em sua palavra, e orar por tudo o que Ele nos ordenou pedir. Segundo: devemos muito bem conhecer nossa necessidade e miséria, a fim de nos humilharmos perante sua majestade. Terceiro: devemos ter a plena certeza de que Deus, apesar de nossa indignidade, quer atender à nossa oração, por causa de Cristo, como Ele prometeu em sua Palavra.

 Sl 145:18-20; Tg 4:3,8. Jo 4:22-24; Ap 19:10. Rm 8:26; Tg 1:5; 1Jo 5:14. 2Cr 20:12; Sl 143:2. Sl 2:11; Sl 51:17; Is 66:2. Rm 8:15,16; Rm 10:14; Tg 1:6-8.  Dn 9:17-19; Jo 14:13,14; Jo 15:16; Jo 16:23. Sl 27:8; Sl 143:1; Mt 7:8.

118. O que Deus ordenou pedir a Ele?

R. Tudo o que é necessário ao nosso corpo e a nossa alma, como Cristo, o Senhor, o resumiu na oração que Ele mesmo nos ensinou.

 Mt 6:33; Tg 1:17.

119. Que diz esta oração?

R. "Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino, faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia dá-nos hoje; e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal; pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém" (Mateus 6:9-13; Lucas 11:2-4).

120. Por que Cristo nos ordenou dizer a Deus "Pai nosso"?

R. Porque Cristo quer despertar em nós, logo no início como base da oração, respeito e confiança, como uma criança para com Deus. Pois Deus se tornou nosso Pai, por Cristo. E muito menos do que nossos pais nos recusam bens materiais, Ele nos recusará o que Lhe pedirmos com verdadeira fé.

 Mt 7:9-11; Lc 11:11-13
121. Por que se acrescenta: "que estás nos céus"?

R. Porque assim Cristo nos ensina a não ter ideia terrena da majestade celestial de Deus e a esperar, da onipotência dEle, tudo o que é necessário ao nosso corpo e a nossa alma.

   Jr 23:23,24; At 17:24-27. (2) Rm 10:12.


No Amor de Cristo,
Laércio Otone

Fonte: Bíblia de Estudo de Genebra, 2° Ed.

Comentário Bíblico Moody, Volume IV, pg 147, IBR 

segunda-feira, 22 de maio de 2017

“O MAL É BOM.”


O apóstolo Paulo destaca:
Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada.
Romanos 8:18
E reitera; Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente;
2 Coríntios 4:17
Muitas vezes podemos observar como coisas ruins concorrem para o bem (Rm 8.28).
O problema é que geralmente só vemos isso acontecer algumas vezes, em casos limitados. Mas será que Deus não permite a existência do mal porque ele resulta em muito mais glória e alegria do que teríamos de outra forma? Será que a provável glória e alegria que iremos conhecer não são infinitamente maiores do que seriam caso o mal não existisse? Quem sabe o mundo futuro não será mais grandioso por causa de sua derrocada e perdição no passado? Se assim for, o mal sofrerá sua queda final e devastadora. Apesar de haver sido um obstáculo à nossa beleza e felicidade, o mal tornará tudo muito melhor. O mal terá realizado exatamente o oposto do que planejou.
Como isso acontecerá? Da forma mais básica possível, sabemos que só pode haver coragem quando existe perigo. Sem o pecado e o mal, jamais conheceríamos a coragem de Deus ou a extensão impressionante do Seu Amor, ou a glória de uma divindade que deixa Seu trono a vai para a cruz. Pois aqui, neste mundo, a noção da glória de Deus nos parece bastante remota e abstrata. Porém precisamos entender que as alegrias mais arrebatadoras que já sentimos — ao contemplar a beleza de uma paisagem, ao nos deliciar com uma refeição ou um abraço confortante — são como gotas de orvalho se comparadas ao oceano infindável de alegria que sentiremos ao ver Deus face a face (1 João 3.1-3). É isso que nos aguarda, e nada menos que isso, segundo a Bíblia.
Jó sofreu muito mais do que podemos imaginar lendo as Escrituras, mas ele se arrependeu, não por ter pecado, mas porque seus gritos de sofrimento questionavam a bondade de Deus.
Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te vêem os meus olhos.
Por isso me abomino e me arrependo no pó e na cinza.
Jó 42:5,6
Louvado seja Deus! Ele é bom!
No Amor de Cristo,
Laércio Otone
(Fonte: Bíblia de Estudo de Genebra 2° Ed, pg. 685 - Timothy Keller – Caminhando com Deus em meio à dor e ao sofrimento, pg 135, Ed Vida Nova)